“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas” (Provérbios 3:5,6) (NVI).
Não é tão simples falarmos sobre confiar em Deus quando estamos em meio ao vendaval da vida. Quando tudo parece ruir e a desesperança parece ser a única realidade, a última coisa que pensamos nestes momentos é em confiar. Mas isso não significa que confiar não seja algo fundamental.
Alguns assuntos, dependendo de como a nossa vida está, se tornam complexos. É fácil falar que em tudo Deus tem um propósito, quando estamos com a vida boa. Ou falar em confiar, quanto a nossa vida está tranquila. Mas, em meio ao caos, o assunto se torna desafiador. Somos seres humanos, temos as nossas dificuldades diante de alguns desafios.
Confiar é algo bem ambivalente, ao mesmo tempo que precisamos crer que somos capazes de fazer as coisas, de realizar algumas atividades, confiar em excesso nos leva para um caminho de engano. Alguns confiam tanto em si, que não percebem seus equívocos e seguem fechados para a autoavaliação, tudo porque acreditam que sabem o que estão fazendo. E este é o caminho do equívoco.
O texto começa a nos ensinar um importante ponto de partida, confie de todo o coração primeiramente em Deus (v. 5). Confiar no senhor é sempre a primeira atitude, visto que nós, seres humanos pecadores, caímos facilmente no autoengano. Constate como confiar em Deus e não se apoiar em um entendimento próprio é um ponto de partida imprescindível do texto (v. 5). Sendo assim, primeiramente confie, busque em Deus auxílio e exercite a sua mente a descansar nele. É fácil focarmos nos vendavais e tempestades da vida, mas o grande alívio é que não estamos sozinhos, Deus não nos abandonou, confie no senhor.
Outro ensino importante deste texto é que não devemos nos apoiar em nosso entendimento (v. 5). É fácil nos equivocarmos ou entendermos uma questão de forma errada. É comum termos uma opinião exagerada de nós e é isso que nos coloca em inúmeros problemas.
Nos metemos em confusão sempre que nos apoiamos de forma intensa em nós, precisamos sempre ter cuidado e equilíbrio quando falamos sobre os nossos entendimentos.
O autoengano é comum na vida de todos os seres humanos, mas confiar em Deus é um primeiro passo para uma vida equilibrada. Tudo parte dele e da sua palavra, inclusive quando falamos sobre ter uma visão equilibrada de quem somos. E o texto continua a nos ajudar:
“Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema ao Senhor e evite o mal. Isso lhe dará saúde ao corpo e vigor aos ossos” (Provérbios 3:7,8) (NVI).
Não veja a si como um sábio, isso é perigoso e pode levar você a cometer erros. Confie em Deus, tema a ele e fuja do mal. Este é o caminho da vida equilibrada. John Goldingay explica que:
“Sábio aos próprios olhos não denota meramente orgulho de sua própria sabedoria, mas autossuficiência nela e por isso a falta de percepção da necessidade de levar as coisas a Deus (sem dúvida, uma tentação persistente para pessoas empenhadas em buscas sabedoria)” (2012, p. 891).
Não somos autossuficientes, ao contrário, todo o caos e pecado do mundo nos mostra como o ser humano precisa de Deus. Ou depositamos a nossa confiança nele, ou certamente seguiremos rumo ao erro. Segundo o dicionário, autossuficiente significa:
“Condição do que se basta a si próprio” (Dicionário Priberam).
Sábio é aquele que confia primeiramente em Deus, que coloca Nele toda a sua esperança. Uma pessoa sábia entende como o equívoco faz parte da estrutura do ser humano e, por conta disso, ele sempre toma cuidado. Tudo primeiramente precisa partir de Deus, ele precisa ser o padrão e o nosso guia.
BIBLIOGRAFIA
“Autossuficiência”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2024, https://dicionario.priberam.org/autossufici%C3%AAncia.
CARSON, D. A.; FRANCE, R. T.; MOTYER, J. A.; WENHAM, G. J. Comentário bíblico Vida Nova. 1. Ed. São Paulo: Vida Nova, 2012.
GOLDINGAY, John. In: CARSON, D. A.; FRANCE, R. T.; MOTYER, J. A.; WENHAM, G. J. Comentário bíblico Vida Nova. 1. Ed. São Paulo: Vida Nova, 2012.

Boa sabedoria!
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