Conheci um reclamão que era a negatividade em pessoa, sua habilidade em reclamar era tão surpreendente que ele conseguia encontrar defeitos em coisas que a maioria acharia impossível, tudo para conseguir reclamar. Era um prazer mórbido que ele tinha com a reclamação. Assim sendo, uma bela e paradisíaca praia, se tornava um local qualquer. Um saboroso lanche, virava um tira gosto desagradável, parecia que nada agradava aquela pessoa.
Era curioso observar este colega ouvindo os planos dos seus amigos, visto que, sem demora, a sua resposta era sempre a mesma: “não vai dar certo”. E quando dava certo, ele insistia em colocar defeitos na conquista alheia e diminuir o êxito do próximo.
Uma pessoa que murmura demais é antes de tudo alguém injusto, que não percebe o valor da vida e tem o prazer em diminuir o outro. Para estes, nada está certo, tudo tem um problema e uma conspiração envolvida, sendo que, era comum vermos ele sabotar os seus planos e projetos. No final, este reclamão não só apontava o dedo para as escolhas e os planos dos seus amigos, mas também para os seus e assim, ele seguia sem concluir e construir nada em sua vida.
Eu sei muito bem como nem sempre a nossa vida é colorida, é comum passarmos por dificuldades e momentos cinzas, mas quem reclama demais, é antes de tudo, um preguiçoso, que na maioria das vezes, escolhe colocar defeitos nas coisas, ao invés de colocar uma ideia em prática.
A vida não é nada fácil, contudo, sentar e ficar reclamando, de forma gratuita e sem qualquer ação e mudança de atitude, não é a solução. Aprender a agir e lidar com os percalços é a melhor opção, caso contrário, certamente você afastará todas as pessoas da sua vida e nunca conseguirá colocar algum plano em prática.
Lembre-se que reclamar não é fazer uma crítica ou observação, muito menos é dar uma opinião a um amigo e sim, é lamentar sem medida, tendo como foco a lamúria, ao invés da busca por solução. É uma reclamação gratuita, sem qualquer propósito, em nome apenas de murmurar sem medida. O apóstolo Paulo nos traz um importante aviso sobre a murmuração:
“Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo; retendo a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão” (Filipenses 2:14-16) (ARC).
A palavra murmurar no grego é goggusmos, e significa queixume e desprazer, são aquelas falas de total descontentamento. É aquela murmuração constante, como aconteceu com os israelitas nos quarenta anos que eles ficaram no deserto, sendo que, é provável que o apóstolo Paulo tivesse este fato em mente quando falou sobre murmuração. Neste episódio, nada do que Moisés fazia agradava o povo de Israel, eles estavam sempre reclamando e colocando defeitos em tudo o que estava sendo feito (CHAMPLIN, 2014, p. 47). Champlin faz uma observação bem importante sobre o tema:
“Portanto, Paulo denuncia aqui o “espírito amargoso”, o descontentamento secreto que sempre envenena as relações entre as pessoas” (CHAMPLIN, 2014, p. 47).
Assim como este conhecido que eu mencionei, o povo de Israel não demorava em reclamar e colocar defeitos em tudo o que estava sendo feito. Ao invés de agradecer a Deus por serem salvos da opressão, eles seguiam com uma atitude descontente e amarga, e isso envenenava os seus relacionamentos, tal qual o exemplo que citei.
Compartilhar a vida com alguém que só se queixa, que não consegue ser grato a Deus por nada e que insiste em colocar defeito nos planos de todas as pessoas não é nada fácil.
Entenda que toda a crítica que diminui uma pessoa não é uma crítica, mas uma ofensa. Aprender a falar, sem diminuir o esforço que um amigo teve é imprescindível. Aprender a olhar de uma forma diferente, se alegrar pelas conquistas dos outros e ser menos crítico e mais proativo, é fundamental para conseguirmos colocar nossos planos em prática e sermos apoiadores dos amigos e não um estraga prazeres.
Bibliografia
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo: Volume 5. São Paulo: Hagnos, 2014.
