Mesmo com todos os avanços científicos e toda a tecnologia que temos em mãos, a nossa sociedade não tem conseguido evitar alguns males psíquicos, sendo que a depressão e a ansiedade são algumas destas enfermidades que têm crescido cada vez mais em nossos dias.
Augusto Cury chama os nossos dias de Era das Trevas Emocionais, fazendo uma comparação com a chamada Era das Trevas da Idade Média, que semeou alguns medos e problemas na sociedade da sua época.
Seguimos em meio a uma grande guerra emocional, onde a tecnologia tem ceifado a saúde mental de muitos. Nunca vimos tantas pessoas doentes como hoje, carentes de paz, diálogo e empatia, tudo por cauda da lei do menor esforço, sendo ela uma das causadoras de inúmeros males.
É esta lei que leva pessoas a interagirem muito mais com personagens da televisão do que com pessoas na vida real. Ou fazer com que alguém mergulhe no celular por longas horas, ao invés de gastar um tempo com uma pessoa ou um bom livro. Um bom diálogo, uma boa amizade não tem preço, a solidão das redes sociais é nociva. Augusto Cury explica que:
“A solidão na era das redes sociais é atroz, densa e asfixiante. Como não sabemos ter diálogo inteligente com os outros e até com nós mesmos, pensamos muito, sem qualidade” (CURY, 2019, p. 11).
O diálogo com o outro é fundamental, somos seres sociais e precisamos estar junto das pessoas. O diálogo interno e a boa reflexão também são importantes. E só conseguimos fazer estes diálogos, quando não estamos em meio aos inúmeros estímulos e notificações que atrapalham o nosso pensamento.
O silêncio e a solitude, bem como a reflexão e o diálogo que fazemos conosco, já são realidades visíveis, poucos costumam construir estes momentos. O individualismo e a condição de estar sempre conectado têm gerado adultos doentes, que não ouvem, muito menos dialogam.
Outro ponto complicado desta nossa era, conforme pontua Augusto Cury, é o excesso de informação. É fundamental termos informação, mas o excesso dela é bem complicado. Saber selecionar e, em alguns momentos, colocar limites é fundamental para a nossa saúde. Em tempos de pandemia, eu precisei fazer isso, visto que, eram muitas notícias e Fake News que disseminavam o medo e o equívoco, que eu optei por estabelecer um limite. Muitos seguem com cefaleia, dores de cabeça e esgotamento, tudo porque permanecem mergulhados no excesso. Cury novamente complementa, expondo que:
“O excesso de informação gera mentes estéreis, pois novos conhecimentos nascem nos solos das perguntas, não nas imensas planícies das respostas” (2019, p. 11).
Equilíbrio e limites são práticas fundamentais para conseguirmos construir o saber de modo saudável e construtivo. Ter conhecimento e informação é fundamental, mas o excesso é complicado.
Cultive amigos que serão seu apoio na caminhada, ter pessoas para dialogar e caminhar com você é muito importante. A reflexão a dois (ou mais) é algo muito valioso, mas também separe o seu tempo de solitude, aprenda a parar, pensar e refletir com calma sobre alguns assuntos e questões da sua vida, nem tudo precisa ser feito com pressa e rapidez.
Por fim, coloque limites nas notícias e nos conteúdos que você acessa diariamente, o excesso de informação não é positivo, a qualidade da informação é muito mais importante do que a quantidade.
Em meio aos nossos dias de exageros, nesta nossa nova Era das Trevas, precisamos ser inteligentes e cultivar uma vida construtiva, ao invés de ser sugado pelo redemoinho de excessos que é a internet. Ter uma qualidade de vida depende de você, por isso, construa uma vida equilibrada.
Bibliografia
CURY, Augusto. Inteligência socioemocional: Ferramentas para pais inspiradores e professores encantadores. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.
