LIBERTOS POR CRISTO

“Antes, quando vocês não conheciam a Deus, eram escravos daqueles que, por natureza, não são deuses. Mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo por ele conhecidos, como é que estão voltando àqueles mesmos princípios elementares, fracos e sem poder? Querem ser escravizados por eles outra vez? Vocês estão observando dias especiais, meses, ocasiões específicas e anos! Temo que os meus esforços por vocês tenham sido inúteis (Gálatas 4:8-11) (NVI).

Como vivermos em sociedade, corremos muitas vezes o risco de sermos influenciados por práticas que não agradam a Deus. Nem sempre os cristãos têm consciência de como alguns hábitos e costumes são nocivos para a fé. Sem contar que, com a falta de conhecimento bíblico, é fácil vermos cristãos aderindo a modas gospel, que estão distantes da palavra do nosso soberano pai.

Esta importante passagem de Gálatas nos ensina que antes éramos escravos de deuses falsos. E agora que conhecemos e somos conhecidos por Deus, precisamos cuidar para não voltarmos às velhas práticas que não agradam ao nosso soberano, Deus (Gálatas 4:8-9).

Paulo nesta carta enfatiza que estes cristãos já conheciam a Deus, mas agora insistiam em retornar às velhas práticas e princípios elementares, arriscando voltar a ser escravos novamente (Gálatas 4:11).

Como seguidores de Cristo, precisamos entender que a nova vida que temos nele nos leva a abandonar aquelas práticas antigas e seguir pautado em sua verdade. Quem tem esta nova vida não pode voltar aos antigos hábitos que estão distantes da vontade de Deus. Os deuses antigos, os costumes da velha vida e as práticas que nos escravizavam precisam ficar para trás. John Stott complementa:

“Não é impossível voltar à velha vida; os gálatas haviam voltado. Mas é absurdo fazer isso. É uma negação fundamental do que nos tornamos, do que Deus nos fez, se estamos em Cristo” (2018, p. 71).

O texto nos ensina como é perigoso olhar para trás e voltarmos aquela velha vida. Se estamos com Cristo, precisamos seguir apenas a Ele. Adolf Pohl complementa afirmando que as pessoas que não conhecem a Deus acabam transformando qualquer coisa que conhecem e gostam em deuses. Nem sempre a racionalidade consegue eliminar os deuses da vida das pessoas, o ser humano tem uma tendência de buscar um deus para lhe ajudar, contudo, só o senhor é Deus (POHL, 1999, p. 150). Sem contar com aqueles que transformam ideologias, crenças e opiniões em verdadeiros deuses e seguem cegos por estes ídolos. Mas para quem nasceu de novo, abandonar as velhas práticas e seguir o caminho da graça é essencial.

Ser conhecido por Deus pode ser resumido em sermos chamados de filhos, somos conhecidos como filhos de Deus e não como um dos servos da casa. Consequentemente, quem é filho deste soberano pai também tem comunhão com ele. Sendo que as práticas pagãs e também a visão legalista dos judeus atrapalhavam o andamento deste processo, substituindo-o por uma lógica meritocrática pautada muito mais em obras (CHAMPLIN, 2014, p. 620). Os religiosos desta época entendiam que as obras e os méritos próprios eram o único caminho para um religioso. Sendo que estas pessoas, que já conheciam a verdade, estavam voltando a agir com esta mesma lógica. John Stott resume novamente o nosso desafio como cristãos quando diz que:

“Pela graça de Deus, devemos estar determinados a lembrar o que antes éramos e desejar nunca mais voltar a essa condição; lembrar o que Deus fez e conformar nossa vida a isso. Se nos lembrarmos disso, teremos um desejo cada vez maior de viver adequadamente, de ser o que somos, ou seja, filhos de Deus, libertos por Cristo” (2018, p. 71).

A nossa velha vida precisa ficar para trás, seguir a Cristo é viver buscando sempre ter uma vida equilibrada, procurando em todos os momentos fazer a vontade do nosso soberano Pai.

A vida antiga já se foi, somos novas criaturas em Cristo, por isso, tome cuidado com as coisas que influenciam você a voltar para a velha vida.

Bibliografia

STOTT, John. Lendo Gálatas com John Stott. Viçosa: Ultimato, 2018.

POHL, Adolf. Carta aos Gálatas: Comentário Esperança. Curitiba: Editora Esperança, 1999.

CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo: volume 4. São Paulo: Hagnos, 2014.

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