OSTENTAÇÃO

Se eu pudesse dar um nome a nossa geração, nomearia como:

“Geração Ostentação”.

É Visível a grande necessidade que muitos têm em ostentar, mostrar que tem bens, ou que é superior aos outros.

A começar pelos carros, ninguém mais compra um carro pela sua funcionalidade e sim pelo status que proporciona, o mesmo vale para casas, roupas e equipamentos eletrônicos, como iphones e coisas do tipo.

Uma pesquisa em um site de economia diz que o brasileiro é o que mais compra carros de luxo. Em contrapartida, um outro site de economia divulga que o brasileiro vive endividado, ele trabalha para pagar contas e juros de cartão. E não é de se admirar, já que é comum passarmos por casas caindo aos pedaços, com carros novos na garagem, isso é normal no Brasil. No afã de mostrar que tem dinheiro, deixam para trás necessidades básicas a fim de manter um padrão que não corresponde ao seu ganho mensal.

Mas viver uma vida de ostentação tem o seu ônus, comprometer quase todo o salário em nome de manter um padrão de vida mentiroso tem as suas grandes armadilhas.

A primeira delas é a preocupação e o fato que muitas vezes o cidadão vai ter que trabalhar dobrado para pagar aquele bem. Conheço pessoas que comprometem o salário todo para pagar um carro. E para sobrar grana para as demais necessidades, eles fazem horas extras, vendem diversos produtos, vivem preocupados com dinheiro, fazendo de tudo para conseguir mais verdinhas, em vez de tentar adequar o valor do carro, com o seu ganho mensal.

A segunda grande armadilha que a falta de planejamento financeiro traz é que, qualquer oscilação no orçamento: doença, acidente, desemprego etc., transforma a vida deste gastador em um caos, o castelo de cartas desaba, sua vida perde a paz, se é que tinha alguma.

Eu sempre digo que temos que aprender a nos adaptar as várias circunstâncias e oscilações da vida, é por isso que controlar os gastos é fundamental para que isso aconteça. Afinal, uma hora você pode estar bem, outra não, o dinheiro é assim, algo inseguro e sem certezas, e vive bem que se adapta melhor. Paulo já falou em Filipenses 4:12:

“Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade”.

Desde novo, aprendi a viver uma vida moderada e simples, sem exageros, tomando cuidado para não dar um passo maior que a perna. Nunca admiti perder o meu sono por falta de dinheiro ou preocupações financeiras é por isso que cuido muito desta área da minha vida. Richard Foster no livro: Celebração da Disciplina, oferece dez dicas de como cultivar uma vida de simplicidade. Sempre lembrando que ser simples, não é ser pobre ou andar como um mendigo, e sim, cultivar uma vida moderada e centrada, abordarei os dez tópicos de uma forma sintetizada.

1 – Compre coisas pela utilidade que tem e não pelo status que confere.

2 – Rejeite qualquer coisa que crie em você alguma dependência, aprenda a distinguir entre uma necessidade psicológica real, como um ambiente agradável, e um vício.

3 – Desenvolva o hábito de dar coisas. Se descobrir que está apegando a algum bem, pense na possibilidade de doá-lo e qualquer que precise dele.

4 – Recuse a propaganda feita pelos guardiões da moderna quinquilharia eletrônica.

5 – Aprenda a desfrutar das coisas sem possuí-las.

6 – Desenvolva um apreço profundo pela criação (natureza).

7 – Examine com ceticismo saudável todas as propostas “compre agora, pague depois”.

8 – Obedeça as instruções de Jesus sobre falar direta e honestamente: “ Seja o seu sim, sim, e o seu não, Não o que passar disso vem do maligno” (Mateus 5:37).

9 – Rejeite qualquer coisa que seja instrumento de opressão, não explore outras pessoas, não deixe que sua avidez por riqueza, empobreça outros, seja justo quando pagar uma pessoa.

10 – Afaste-se de qualquer coisa que o distraia de sua busca pelo Reino de Deus.

Vivemos em um mundo onde o ter é mais importante. Poucos valorizam o que tem e poucos se satisfazem com o que possui. A ordem do dia é sempre ter a tecnologia mais nova, o modelo mais novo, e com isso vamos caindo em armadilhas que sugam a nossa paz. Acredito que o segredo está na moderação, e é isso que devemos buscar e é isso que estas dez questões tentam trazer.

Algumas destas propostas podem parecerem difíceis, mas nos ajudam a manter uma vida equilibrada. Afinal, quando o seu interior esta bem, acaba ocasionando uma mudança nas outras áreas pessoais. Quando você não é dominado por algo, você fica livre para buscar o que realmente importa. Millôr Fernandes já nos alertou:

“O importante é ter sem que o ter te tenha”

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