A primeira vez que li o texto de Platão, não consegui deixar de fazer uma ponte com inúmeras pessoas que vivem a vida calcada em sua religiosidade e hipocrisia. É por este motivo que resolvi fazer a minha própria versão do Mito da caverna, como uma crítica a estes homens, que passam muito mais tempo julgando que ajudando. Terminei o texto com uma breve reflexão, então, boa leitura.
Imagine algumas pessoas, que passaram uma vida inteira dentro da igreja e são prisioneiros da religiosidade. Por causa disso, foram ensinados de uma forma que eles não conseguiam olhar para o mundo sem as suas lentes legalistas, por acharem o mundo pecaminoso é um lugar que não vale à pena se misturar. E estas pessoas acreditam que tudo o que tem no mundo é mau e demoníaco, afinal, como muitos cristãos afirmam: o mundo jaz o maligno.
A suas costas existe uma cidade e entre a porta da igreja deles e a rua há um caminho, onde diversas pessoas passam com suas vidas, seus costumes, suas coisas. E cada pessoa que passa tem a sua história, sua vivência e suas decepções, cada um com a sua bagagem.
E tudo o que estes prisioneiros religiosos veem é através da sombra de sua religiosidade, é só desta forma que eles veem o mundo e enxergam as pessoas. Mundanos estes que merecem morrer, ir para o inferno, segundo falam estes religiosos prisioneiros.
Mas imagine agora que um dos prisioneiros é libertado destas quatro paredes e é solto no mundo. E após se adaptar a forte luz fora das suas quatro paredes, enxerga um lugar que é diferente de tudo o que ele viu, que não se parece com nada que a religiosidade mostrava a ele, onde este mundo afinal, não era tão feio assim.
Possui uma natureza exuberante, digna de ser cuidada e pessoas cada uma com as suas histórias. Este homem percebe também que algumas delas pensam diferentes e não é porque são endemoniadas, como ele pensava. Mas apenas decepcionadas com algo ou pensam assim por causa de suas diferenças, vivencias e experiências.
Imagine que este homem descobre que quando você fala de Deus e a pessoa escuta, ela também vai querer dar a sua opinião ou falar de sua crença e você também vai ter que ouvir e respeitar. E respeitar a opinião alheia não é aceitar o seu ponto de vista e sim, entender a individualidade que cada ser humano tem e deixar cada um seguir pensando como acha melhor. Imagine que este homem descobre que a missão dele é pregar e não convencer as pessoas, e também que quem ganha almas para Deus é o Espírito Santo, por isso, ele não precisa ficar decepcionado se a pessoa vai ou não aceitar a sua palavra.
Só que este homem, após ter esta percepção do mundo, deseja voltar e compartilhar tudo o que viu com seus amigos, mas estes prisioneiros religiosos não conseguem reconhecer o seu próprio amigo e começam a achar que ele está desviado, contaminado com o pensamento “mundano”. Suas palavras não são “religiosas” e a sua conduta de se misturar no mundo é pecaminosa e demoníaca. Para estes homens a história do homem liberto não existe e é absurda, e a conduta daquele homem não se encaixa dentro da religiosidade. Mas isso não torna o mundo fora da religiosidade irreal e inexistente, e muito menos não merecedora do amor de Deus.
Muitos vivem a vida sem olhar para o mundo, seguem por este caminho sem olhar para pessoas e compreendê-las e o pior, ofendem a muitos em nome de “pregar a palavra”.
O reino de Deus começa aqui e a igreja tem que estar presente no mundo e não deve se fechar em si mesma. O evangelho nunca chegará às pessoas se nos fecharmos em nós mesmos, e a nossa pregação nunca será eficaz se não respeitarmos as diversas formas de pensar que existem.
Não estou falando para concordar com todas as opiniões, ou enfeitar o evangelho para ser mais digerível. Estou falando para pregarmos a palavra e respeitarmos uns aos outros como seres humanos pensantes e individuais. E acima de tudo, estou afirmando que devemos pregar a palavra e não convencer pessoas, nossa função não é esta, pois como a Bíblia nos avisa, quem converse é o Espírito Santo (João 16:7-11), nós somente pregamos e damos o exemplo.

Infelizmente, muitos filósofos, cientistas,pessoas simples que amam e respeitam o próximo, virão do oriente e do ocidente e sentarão a mesa na presença de Deus,e “os filhos do reino ficarão fora. Porque??? São lobos ,mercenários, não tem misericórdia, falam de Deus mas negam o poder da Piedade, o Deus deles são seu próprio ventre,praticam justiça própria e suas obras são da carne,etc,etc…. Infelizmente a maioria das igrejas estão dentro deste cenário! Loucos ,aquele que muito lhe foi dado + lhe será cobrado! Julgam mas não vêem e trave em seus olhos lamento meu desabafo , mas é o que mais vejo!!
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Bem isso, concordo com você.
Um abraço amigo!
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