VOCÊ É O QUE VOCÊ LÊ

Ouvi uma vez que nós somos o quê comemos. Uma frase interessante, que define a realidade de quem come qualquer coisa sem pensar na saúde. Mas quando falamos em saúde, esquecemos que ela não é só física, mas também mental. Afinal, o homem não é só corpo, ele é um misto de corpo e alma, matéria e psique. E se eu pudesse definir o ser humano com minhas próprias palavras eu diria que nós somos o que lemos.

Muitos ignoram a importância da leitura, poucos se dedicam a buscar conhecimento, informação ou crescimento pessoal. E quando eu digo crescimento pessoal não é só para arranjar um emprego melhor, uma melhor colocação no mercado de trabalho. A vida não é só isso, e sim conhecimento para ser uma pessoa melhor, que pensa melhor e que tenha uma capacidade crítica mais clara ante a vida.

Recentemente assisti a uma entrevista do historiador Leandro Karnal e ele narrou um fato que eu também presenciei durante a minha caminhada acadêmica. Ele conta que um aluno leu um determinado autor e prontamente esboçou seu desgosto para com o mesmo. Isso sem conhecer direito a sua obra, história e mal ter tido contato com a matéria. Tenho visto muito disso em nossa internet e eu me faço sempre à mesma pergunta quando vejo estas atitudes: Como vamos julgar ou emitir uma opinião coerente, se não temos conhecimento ou não lemos? Como gostar ou não de algo, se não conhecemos a fundo aquele assunto ou não temos bagagem suficiente para opinar, com uma perspectiva mais ampla?

Um tempo atrás curti uma página no facebook sobre ateísmo, eu queria ler o ponto de vista daquele autor sobre o ateísmo e sobre o porquê ele considerava a religião algo nocivo ao homem (segundo as suas próprias palavras). Quem me conhece sabe que eu leio de tudo, inclusive livros ateus. Gosto de saber seus pontos de vista e entender a partir de onde que muitos destes autores creem que Deus não existe. Mas o autor daquela página é uma piada, totalmente raso e sem argumentos, com definições superficiais e contraditórias, discursando como uma criança de cinco anos, sem o mínimo de conhecimento. É visível, para qualquer um que tem o hábito da leitura, que o autor não tem tal costume e isso é deprimente, ainda mais quando se trata de uma pessoa que acha que tem uma opinião formada, mas não tem ideia do que esta falando.

Porém, esta prática não vemos somente em autores ateus, mas também em cristãos, agnósticos ou qualquer profissional dos diversos setores acadêmicos. Argumentos rasos, pouco conhecimento, ou pouca dedicação aos estudos é normal em nossos dias. Estudei com muitas pessoas na faculdade que se empenhavam apenas para passar de ano. Não ligavam em crescer, ou se informar mais. O canudo era tudo o que eles queriam e alguns tiveram, infelizmente. E estes é que são os profissionais do futuro. Alguns destes pastores, teólogos ou engenheiros, tão rasos quanto um copo d’água, é que serão os profissionais atuantes, seja no ministério ou no trabalho secular.

Penso que somos o que lemos, penso também que não é fácil chegar em casa depois e um dia de trabalho e separar uma horinha para estudar ou ler. Eu sou igual a todos, depois de um dia inteiro, quero me desligar e não fazer nada. A diferença é que aprendi que para crescermos, temos que suar a camisa, se dedicar, fazer sacrifícios e seguir sendo persistentes. Eu dou graças a Deus pelos ótimos professores que tive em minha vida e dos muitos conselhos que não esquecerei, onde um deles é justo sobre a leitura, e a importância de cultivar este hábito, pois é uma das únicas formas de sermos relevantes.

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