O SERMÃO DO MONTE PT 14: O PAI NOSSO

“E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos” (Referência: Mateus 6:7-14) (NVI). 

Enfim, chegamos ao ponto crucial do “Sermão do Monte” que é a hora no qual Cristo nos ensina a orar. Sugiro que antes leia com cuidado Mateus 6:7-14, para que você entenda esta importante passagem bíblica. 

O texto começa falando de vãs repetições, que diz respeito ao culto pagão, que tinha como base a crença que a repetição cansaria os deuses a ponto de convencer eles a atenderem seus pedidos (CHAMPLIN, 2014, p. 323). O texto não fala do muito orar, nem sobre insistir em seus pedidos e sim, na oração sem sentido, da tagarelice com palavras vazias:

“O ensino aqui não é simplesmente contra o tamanho das nossas orações, seja longo, seja curto. Jesus ensina contra a oração sem sentido. Combate o uso da repetição vazia” (WESLEY, 2015, p. 147).

Temos que entender o que estamos pedindo, nossa oração deve ser consciente tendo em mente que Deus tudo sabe, muito antes de pedirmos (v. 8) e ele conhece a nosso coração. E acima de tudo, a oração é um momento de entrega, rendição e intimidade, é só orando que teremos intimidade com Deus, e não é só um momento de pedir, afinal ele sabe de tudo não é?

Cristo não nos ensinou apenas uma oração para repetirmos, mas nos deu um esboço de como deveria ser nossa oração.

A oração que Cristo nos ensinou começa com adoração a Deus (v. 9). Deus é o nosso Pai, e como um Pai, Ele é amor, e é isso que as primeira palavras destacam. Venha o teu reino (v. 10), enfatiza a importância de seu reinado em nossa vida, onde nós somos submissos a Ele e a quem devemos nossa gratidão, onde a vontade d’Ele é feita, assim na terra como no céu.

A oração continua com o pedido de provisão (v. 11), sem esquecermos de algo curioso, o texto fala do pão nosso e não do meu pão. Dando-nos a entender que o pedido é comunitário, não é só o meu pão, mas é o do meu irmão, do próximo, o pedido não é egoísta, mas é em conjunto. Perdoa as nossa dívidas (v. 12) é um apelo que temos que fazer a Deus todos os dias, por nossa mazelas, pecados e erros. Mas o texto continua e faz um apontamento importante. Assim como nós perdoamos nossos devedores, o nosso perdão é um resultado de termos sido perdoados por Deus. Ele nos perdoa, assim como nós perdoamos. Com isso, se não perdoamos o próximo temos um problema, afinal Deus nos perdoa, não é? Diante disso, temos que perdoar, o texto fala de pureza, de busca e do resultado prático que deve ser visto em nossa vida. E a oração termina com uma suplica a proteção divina. Só Ele pode nos proteger, só Deus tem o poder de nos livrar do mal, da tentação e das ciladas do maligno (v. 13).

A oração é muito completa: Adoração, o reinado d’Ele em nossa vida, que a vontade d’Ele seja feita sempre, provisão, perdão e proteção. Sobre oração, Hallesby tem uma definição muito profunda:

“Orar é permitir que Jesus entre em nosso coração” (2011, p. 9).

Orar é buscar intimidade com o Pai, é o fôlego da alma, é o clamor diante do caos, focando sempre em um momento de comunhão com Deus. Stott complementa:

“Jesus quer que nossas mentes e corações se envolvam no que estamos dizendo. Então, a oração é vista como deve ser, não como uma repetição de palavras sem significado, nem como um meio de autoglorificação, mas como uma verdadeira comunhão com o nosso Pai celeste” (STOTT, 1982, p. 148, 149).

Não há outra forma de seguir a Deus que não seja orando e lendo a Bíblia. Não tem como fazer a Sua vontade e muito menos termos comunhão com Ele, se não oramos.

Orar é essencial, se você não sabe, comece pelo “Pai Nosso”, mas entenda todas as palavras, assimile sua mensagem que aos poucos você fará a sua oração e terá a sua comunhão com o Pai.

BIBLIOGRAFIA

CHAMPLIM, Rn. O Novo Testamento interpretado Versículo a Versículo, Editora Hagnos, SÃO PAULO, 2014.

STOTT, John, Contracultura Cristã, A Mensagem do Sermão do Monte, Editora ABU, São Paulo, 1982.

WESLEY, John, O Sermão do Monte, Editora Vida, São Paulo, 2015.

HALLESBY, O. Oração, O segredo de abrir o coração, Encontro Publicações, Curitiba, 2011.

 

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