O SERMÃO DO MONTE PT 16: TESOUROS

“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (MT 6:19-21) (NVI). 

Eu tinha uma amiga que costumeiramente falava que a minha igreja pregava uma vida de pobreza. Ela não concordava com textos como este e constantemente falava que ser Cristão não era ser pobre, eu normalmente respondia, eu concordo com você, mas não sei se também é ser milionário.

Quem me conhece já deve estar cansado de me ouvir falar que “ser cristão é ser equilibrado”. É buscar um meio termo e ter em mente que não precisamos de tudo. Eu gosto muito de uma frase de Epicuro que resume bem este assunto:

“A verdadeira riqueza não consiste em ter grandes posses, mas em ter poucas necessidades”.

Penso que a frase resume bem como é uma vida equilibrada.

O texto bíblico começa falando “não acumulem”, não tenham como prioridade ajuntar dinheiro. Richards explica a passagem, nos ensinando que: 

Naquela época, até mesmo os discípulos acreditavam que a riqueza era sinal da bênção de Deus. Assim, o rico era visto como alguém próximo de Deus, enquanto o pobre era tido como alguém sob julgamento divino. Jesus, no entanto coloca as posses materiais em uma moldura totalmente diferente (RICHARDS, 2013,p. 630).

Como fica claro nos evangelhos, a riqueza não estava entre as prioridades de Cristo, são várias as passagem onde Ele adverte o homem quanto ao perigo das riquezas. A premissa é simples, o texto fala de prioridades deixando uma pergunta entre linhas:  “Qual é a sua prioridade, as coisas de Deus ou as do mundo?” O texto não nos manda sermos pobres e andarmos esfarrapados e sim, nos aconselha a termos como prioridade as coisas de Deus. Afinal, as coisas do mundo são finitas, acabam com o tempo as de Deus não.

“Aqui, o ponto para onde Jesus dirige a nossa atenção é a durabilidade comparativa dos dois tesouros. Deveria ser fácil decidir qual dos dois ajuntar, Ele dá a entender, porque tesouros sobre a terra são corruptíveis e, portanto, inseguros, enquanto que tesouros no céu são incorruptíveis e, consequentemente, seguros” (STOTT, 1982, p. 159).

Eu sempre digo e talvez morra dizendo que o poder e o dinheiro corrompem, ele tem a força de nos colocar como privilegiados. Tem o poder de nos fazer olhar o próximo de cima, fazendo-nos acreditar que todos deveriam nos servir. O texto faz uma afirmação importante: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração”, diante disso, a pergunta é simples; Onde esta o seu tesouro? Nas coisas de Deus, no servir ao próximo, em fazer a obra, ou nas coisas do mundo?

Mais uma vez, não quero enfatizar que devemos viver uma vida de pobreza, mas o texto tem como ênfase prioridades, a pergunta é simples: para o que você quer viver? Esta é a pergunta que cabe apenas a você responder.

BIBLIOGRAFIA

STOTT, John, Contracultura Cristã, A Mensagem do Sermão do Monte, Editora ABU, São Paulo, 1982.

RICHARDS, Lawrence, Comentário Bíblico do Professor, Um Guia Didático Completo Para Ajudar no Ensino das Escrituras Sagradas do Gênesis ao Apocalipse, Editora Vida Acadêmica, São Paulo, 2013.

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