A LÓGICA DO REINO

Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos (Referência: Marcos 9:33 – 37).

Todas as vezes que eu leio sobre Jesus nos evangelhos, eu não me canso de me impressionar. Ele veio para abalar as estruturas, para confundir os sábios e nos mostrar o quanto a nossa compreensão é pequena.

Gosto muito desta passagem e o texto começa mostrando que os apóstolos discutiam quem dentre eles era o melhor. Eles sabiam que a discussão era tola, pois o silêncio e a possível vergonha deles os denunciaram. Naquela época os apóstolos ainda não tinham entendido que o reino que Cristo veio estabelecer não era terreno, por isso que discutir quem era o melhor, quem deveria ter mais destaque neste reino era importante. Tudo por puro status, nada diferente de hoje. O que eles esqueceram era que Jesus conhecia o coração deles e ensinou a eles algo que constantemente esquecemos: “Que a lógica do reino é outra”.

No mundo o líder manda em todos, ele é o destacado o superior, no reino de Deus é o contrário, o primeiro é o servo:

“Os Doze ainda precisavam aprender que parte do custo do Reino de Deus estava em deixar de procurar posições elevadas para si mesmos. Serviço e humildade são os únicos caminhos para a verdadeira grandeza cristã, razão pela qual Jesus tomou, aqui, uma criança como um exemplo (36) (CARSON, FRANCE , MOTYER, WENHAM,  2012, p. 1452).

Neste texto a mensagem é clara, liderar é servir, o objetivo de ser cristão ou de trabalhar para Deus não é para ter alto cargo, mas para servir como Cristo serviu:

“A grandeza não se encontra na autoexaltação, e sim na humilhação pessoal. Não se alcança relevância espiritual por meio da preocupação consigo mesmo, e sim pelo cuidado para com os outros” (RICHARDS, 2013, p. 717).

Jesus serviu, veio para este mundo podre morrer por nós, se doou e mandou que o imitássemos. Então por qual motivo não entendemos que devemos buscar servir uns aos outros, e não sermos superiores e buscar os melhores lugares?

Cristo termina seu ensino falando de crianças que naquela época eram colocadas de lado. Uma criança fora da idade de estudar a Torá não tinha muito valor, era perder tempo e uma falta de educação brincar e dar atenção a elas (POHL, 1998, 281, 282):

“Quando Jesus disse aos discípulos para receberem as crianças em nome dele, estava ilustrando a natureza do serviço. No mundo romano, a criança – ou “pequenino” – era colocada sob a autoridade de escravos. Podia até ser amada, mas era pouco considerada até que alcançasse a maturidade. Para Jesus, todavia, o de menor importância para a sociedade era precioso para ele” (RICHARDS, 2013,p. 717).

No reino não existe hierarquia, devemos servir a todos por igual, não existe maior ou menor, somos todos irmãos, é isso que o texto quer passar.

Pare de se preocupar em ser o maior, sirva a todos de coração aberto como se todos fossem importantes, até os menores, os pequeninos, está é a lógica do reino que deve estar viva em nossa vida.

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Sagrada – Bíblia de Jerusalém; Paulus, São Paulo, 2013.

PETERSON, Eugene H, A Mensagem, Bíblia em linguagem contemporânea, Editora Vida, São Paulo, 2013.

CARSON. DA. FRANCE , RT, MOTYER, J. A, WENHAM, G. J, Comentário Bíblico Vida Nova, Editora Vida Nova, São Paulo, 2012.

RICHARDS, Lawrence, Comentário Bíblico do Professor, Um Guia Didático Completo Para Ajudar no Ensino das Escrituras Sagradas do Gênesis ao Apocalipse, Editora Vida Acadêmica, São Paulo, 2013.

POHL, Adolf, Evangelho de Marcos, Comentário Esperança, Editora Esperança, Curitiba, 1998.

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