Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma (Referência 1 João 1:5-7).
Conheço muitos cristãos que não acreditam que conversão é mudança de vida. Segundo estes, ser salvo, não é ter a vida transformada, por isso, seguem tendo a mesma velha vida, contudo, o que a Bíblia afirma é justamente o contrário e este texto é uma das passagens que dão ênfase no fato que quando seguimos a Deus, nossa vida muda.
O texto começa falando que Deus é luz (v. 5) e sobre esta declaração o dicionário Vincent faz uma pontuação importante:
“Declaração da natureza absoluta de Deus. Não uma luz nem a luz, com referência a seres criados, como a luz dos homens, a luz do mundo, mas simples e absolutamente Deus é luz, em sua própria natureza” (VINCENT, 2013, p. 258).
Deus é, ele não parece com luz ou tem algo semelhante a luz, não. Sua essência é a verdadeira luz que ilumina nosso coração e a nossa vida. O versículo prossegue, pontuando algo muito importante para quem acha que conversão não é mudança de vida:
“Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (v. 6).
É simples, quando temos comunhão com o Deus da luz, é impossível andarmos nas trevas. Quando achamos que ser cristão não é mudar de vida, não é ter uma nova vida, estamos nos enganando. Gosto do que Phillip Keller fala em seu livro complementando a questão:
“Muitos de nós parecem possuir grande volume de informação acerca do que o mestre espera de nós. Mas são poucos os que têm vontade, determinação e intenção de agir de acordo com essa informação ou seguir as instruções” (KELLER, 1984, p. 68).
A mudança de vida é o sinal de genuína conversão, a busca diária por mudança e obediência a Deus é o fruto de sermos tocados e transformados. Só saber sobre Deus e a Bíblia não basta, só ter a informação sem a práxis, não adianta muito.
Se dissermos que estamos unidos com Deus, o Deus de luz, não podemos estar nas trevas, o texto é claro. Quem serve ao Deus de luz, não anda na escuridão. É claro que iremos pecar, faremos coisas erradas, é por isso que pedimos perdão por nossos pecados dia a dia, mas a mudança deve ser visível. Por fim, o texto termina com uma afirmação importante:
“Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (v. 7).
A comunhão é um fator decisivo para quem anda na luz, afinal, amar é estar em comunhão, ser cristão é estar em comunhão, isso a Bíblia deixa bem claro, são muitas passagens e provas que falam da importância da comunhão. Vincent completa:
“A comunhão com Deus revela-se e prova-se pela comunhão com os cristãos” (VINCENT, 2013, p. 258).
Não existe cristão solitário, servir a Deus e andar na luz tem como resultado a comunhão. Quem é tocado pelo espírito tem a sua vida transformada, e esta transformação resulta em uma vida de comunhão, apoio e coesão.
Quem serve ao Deus de luz, também anda na luz, sua vida é transformada e a comunhão com os irmãos é certa. Estes são resultados de andarmos com Deus, estas são as provas de quem realmente anda na luz e é um ótimo parâmetro para analisarmos a nossa vida e vermos que tipo de cristãos estamos sendo.
BIBLIOGRAFIA
VINCENT, Marvin. R. Estudo do Vocabulário Grego do Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora CPAD, 2013.
KELLER, Phillip. Nada me Faltará: O salmo 23 à luz das experiências de um pastor de ovelhas. Belo Horizonte: Editora Betânia, 1984.
