INVERSÃO DE VALORES: CONTRADIÇÕES DA SOCIEDADE SEM DEUS

Uma nova vida é um milagre, o modo como nascemos e nos desenvolvemos é algo realmente impressionante. A meu ver, revela a mão de um Arquiteto realmente soberano. Mas há algum tempo, a vida tem sido tratada com leviandade na atual discussão sobre o aborto.

O aborto é um assunto que tem sido muito discutido ultimamente, sendo que em meio ao debate, dois grupos se destacam: Os que são a favor da vida e os que defendem o aborto.

A parte contraditória daqueles que defendem o aborto é que estes, em sua maioria, são os mesmos que se posicionam a favor dos animais e da natureza. Parece que a vida inocente, que não pode se proteger, não inclui os indefesos fetos. Diante disso, eu não entendo bem o que leva alguém a defender a vida animal e não defender a vida humana.

Eu sempre digo que, um problema não pode ser resolvido sem alguma reflexão. Normalmente a solução para muitos casos é sempre complexa, coisa que um militante ou ideólogo, nunca consegue perceber. Norman Doidge, no prefácio de um livro do Jordan Peterson, resume um pouco estes militantes e as suas contraditórias soluções para problemas complexos quando ele diz que:

“As ideologias substituem o conhecimento verdadeiro, e os ideólogos são sempre perigosos quando ganham poder, pois um comportamento simplista e sabe-tudo não é páreo para a complexidade da existência” (PETERSON, 2018, p. 13).

Questões sobre o abordo, são sempre complexas, mas descartar um feto, como se ele não fosse nada, nem mesmo um potencial ser humano, é ter um pensamento simplista na hora de discutir uma questão destas.

Eu sou a favor da vida, seja ela humana ou não, descartar um ser humano como se ele fosse um produto, que alguém rejeita após enjoar é realmente perturbador. Não me refiro ao aborto que é feito com o intuito de salvar a vida da mãe, sabemos que isso existe e as vezes é necessário, entre duas vidas, as vezes é preciso escolher salvar apenas uma. Eu falo do descarte humano, tudo e por conta, de uma opção em não ter, da falta de desejo e vontade.

A minha impressão as vezes, é que as pessoas seguem cada vez mais fugindo das suas responsabilidades. Toda a ação levanta consequências, assumir nossa responsabilidade e não fugir das implicações das nossas atitudes, é básico. Para tudo o que vamos fazer existe o bônus e o ônus, com isso, as vezes uma gravidez surge, como fruto de uma falta de cuidado, mas descartar um ser vivo, é deixar de assumir o ônus de uma ação.

Não vivemos em um mundo de flores e tudo o que fazemos, traz uma certa consequência, as vezes boa e em outros momentos ruins ou complicadas. Aprender a aceitar, é a diferença daqueles que assumem a sua responsabilidade e fazem as coisas acontecerem.

Por mais que seja complexo assumir e criar uma vida, já que há sempre muitos gastos, a nossa rotina realmente muda, contudo, a questão é que eu não creio que abortar seja a solução. Descartar um ser vivo, como se ele não fosse nada, é uma ação realmente injusta, ainda mais para aqueles que se dizem ser a favor da vida.

Uma vida não é um produto, algo que perde o valor e você descarta, ou que você joga fora quando está atrapalhando. A vida é algo único, intrínseco e realmente importante. Impedir que um ser venha a vida, tudo e por causa das nossas atitudes incoerentes, é tratar uma dádiva de Deus, como um produto barato. O texto de Isaías nos dá um importante aviso:

“Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo” (Isaías 5:20).

A inversão de valores tem sido grande em nossa sociedade, ela tem sido mestra em transformar algo que é ruim, em algo bom. O mundo tem transformado coisas vis em ações naturais e benéficas, atitudes realmente malignas em ações válidas e justas.

A sociedade tem trocado Deus por seus pontos de vistas e seguem construindo ídolos semelhantes aos seus enganos!

BIBLIOGRAFIA

PETERSON, Jordan. 12 regras para a vida: Um antídoto para o caos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.

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