PROTAGONISTAS DA ANSIEDADE

Já abandonei o discurso do “o importante é ser feliz”, há muito tempo. Ainda muito novo, aprendi como tais formas de pensar são apenas miragens que não nos levam a lugar algum. Na verdade, a questão é muito mais complexa, não sendo possível ser resumida em tal frase.

Mais do que ser feliz, o óbvio é a dor e o fracasso, isso é constante e rotineiro, para qualquer ser humano de qualquer classe social, pois cada um tem as suas dificuldades. E a tristeza nunca foi uma sensação negativa, mas uma consequência da vida. É impossível estarmos alegres o tempo todo ou termos sucesso a todo o momento. Entender que perder é um fato da vida, nos dá disposição para seguir e persistir.

Vivemos em dias onde ter sucesso é a grande missão da vida e ser feliz a busca unânime de todos. Palestrantes vendem fórmulas de sucesso, pseudointelectuais ensinam como é a vida da pessoa vitoriosa e o mais contraditório, estes palestrantes, que possuem sucesso apenas em vender a sua fórmula, colocam a sua vida como exemplo.

Nunca a ansiedade tem aumentado como hoje, na missão de não sofrer ou de conseguir sucesso em algo, as pessoas têm ficado cada vez mais descontroladas. São os protagonistas da ansiedade, como diria Luiz Felipe Pondé no livro: “Você é ansioso?”, pessoas que não aceitam que a incerteza e a dor, são constantes. Conclusão que qualquer um que entende a dinâmica da vida já teve.

Não é possível encontrarmos a felicidade, como diria Agostinho, em coisas e objetos, só encontramos quando buscamos em algo além de nós, esta é a raiz da verdadeira felicidade. É só em Deus, que conseguiremos ter a real felicidade. Agostinho complementa:

“E esta é a felicidade: alegrar-nos em ti, de ti e por ti. É esta a felicidade, e não outra. Quem acredita que exista outra felicidade, persegue uma alegria que não é a verdadeira. Contudo, a sua vontade não se afasta de certa imagem de alegria” (2016, p. 295).

É apenas em Deus que encontramos a verdadeira felicidade, é quando paramos de olhar apenas para nós, nossas vontades e desejos e buscamos além de nós. Não é possível estar realmente feliz, partindo de nós, a verdadeira felicidade precisa partir do eterno, para que consigamos experimentar e viver ela por completo.

Ser feliz é um estado de espírito, um sentimento duradouro de alguém que sabe lidar com a dor, com o fracasso e as incertezas da vida. Na vida teremos muitas tristezas, mas continuaremos a ser felizes, caso tenhamos encontrado a real felicidade.

Eu costumo separar a alegria da felicidade. Alegria é passageira, momentânea, é um instante que acaba, a felicidade é um estado de espírito que caminha conosco, não nos abandona, pois a felicidade verdadeira está em Deus.

Quando depositamos em Deus a nossa esperança, seguimos mais calmos, sabemos lidar com a dor, o caos e a desesperança. Fracassar é um fato, ficar triste uma realidade e a esperança a ferramenta daqueles que sabem que vivem em um mundo incerto e de dor, mas que, no entanto, não estão sozinhos.

A fórmula para combatemos estas ansiedades do mundo moderno é olhar além de nós e depositar no eterno Deus toda as nossas preocupações. É só em Deus que encontramos a verdadeira felicidade!

BIBLIOGRAFIA

AGOSTINHO, Santo. Confissões. 1. ed. São Paulo: Paulus, 2016.

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