Nem todos conseguem abordar um assunto de forma coerente e confiável. Não é raro vermos o senso comum dar a sua voz em muitos ambientes. E Deus, é um destes temas que além de termos inúmeras interpretações, observamos também muitos equívocos.
Eu já percebi como a teologia correta é ofuscada pelos ensinos daquelas igrejas neopentecostais que por mais que sejam famosas, passam longe da palavra de Deus. Por elas terem muito mais alcance, a sua teologia distorcida termina por ser o padrão usado por aqueles que não são cristãos.
Em vários ambientes, Deus não é um assunto abordado de forma positiva pela maioria das pessoas. Muitos têm ideias erradas, seja de Deus, do cristianismo e da vida cristã e com isso emitem opiniões equivocadas sobre o tema. Não é raro vermos pessoas pegarem as atitudes distorcidas de igrejas que estão na mídia e atribuírem aqueles ensinos a todas as igrejas. Este senso comum, vemos em todos os lugares, seja na academia ou entre grupos de amigos, é difícil vermos pessoas investigarem uma questão olhando por todos os viéses.
O deus da filosofia, por exemplo, de tempos em tempos morre ou cede a pressão humana que tenta explicá-lo a luz dos seus próprios conceitos errôneos. Como se os seres humanos tivessem a capacidade de explicar algo infinito.
Mal sabem que o banal pode ser destruído, mas o eterno não. O ídolo que o homem pinta, cai ao chão ou cede a pressão do tempo e se desconstrói. Agora o Deus eterno e soberano, não pode ser comparado a este baluarte que muitos constroem e dizem ser Deus. Halík, no livro “Quero que sejas”, descreve justamente o Deus banal da filosofia, aquele que constantemente é aviltado e destruído. Sendo que um dos papéis da teologia é justamente oferecer os verdadeiros conceitos de Deus e rejeitar tal deus banal (2012, p. 84). Halík acrescenta:
“Uma grande tarefa da teologia e do acompanhamento espiritual consiste hoje na rejeição do Deus banal (proclamado pelo fundamentalismo e recusado pelo ateísmo) e na busca do Deus vivo da Bíblia e dos místicos […]” (2012, p. 84).
Ao ouvir argumentos contra o conceito de deus segundo os vários filósofos e pensadores, eu sempre acreditei que em partes eles estavam certos. Pois o deus que eles combatiam não era realmente Deus, não aquele que a Bíblia revela e sim, um espantalho, um rascunho criado a partir de conceitos falhos.
Nas aulas de mestrado em filosofia, um dos ótimos professores, que apesar de ser bom em sua matéria, não gostava muito de cristãos e estava sempre pronto a tecer críticas ao cristianismo, o que não há nada de errado, eu pelo menos não ligo. O problema era que toda a sua crítica tinha como ponto de partida a teologia (ou falta de teologia) destas igrejas públicas, que falam sobre o evangelho do medo, de imposição e da força. A maioria das considerações que ele fazia a igreja, eu até concordava, visto que, estas igrejas não partem do real ensino da palavra.
Por isso que discutir sobre este assunto com estas pessoas, se torna complicado já que primeiro eu tenho que mostrar como as suas opiniões se originam do senso comum, para depois discutir. Não há como dialogar de forma construtiva, sem antes expor quem é o Deus da Bíblia. O Deus bíblico, não é nada parecido com o deus banal que eles descrevem.
E partindo desta verdade, eu nem condeno tais pessoas, visto que, o fundamentalismo cristão e os neopentecostais, também tem oferecido uma descrição de Deus que está aquém do Deus que a Bíblia descreve. Existem muitos cristianismos que partem muito mais de uma prática cristã retributiva do que um cristianismo calcado na graça e na obediência a Deus.
O deus banal é muito visível na mídia hoje em dia, mas tal espantalho está bem longe do Deus soberano que a palavra revela. Existe um espantalho que muitos estão combatendo, mal sabem eles que tal ídolo está longe de ser o Deus Bíblico.
BIBLIOGRAFIA
Halík, T. Quero que sejas: Podemos acreditar no Deus do amor?. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.

MUITO BOM.
O falar com base no senso comum distorce toda a discussão séria e faz vir à tona solulções fáceis, como acabar com a religião. Por que não?
É bom ter um Deus imutável.
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