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  • FÉ E EMOCIONALISMO

    É comum ouvirmos que algumas igrejas são mais “frias” do que outras por conta da sua dinâmica de culto. Sendo que os cristãos também passam pela mesma avaliação. Existem aqueles vistos como frios e os avivados. E tais cristãos avivados normalmente são aqueles que sempre têm aquelas explosões emocionais, como se isso fosse realmente a melhor definição do termo.

    A fé e o arrependimento, por exemplo, não são explosões emocionais que precisam acontecer em determinada hora do culto, mas é uma prática diária, que deve fazer parte da vida de todos os cristãos. É como respirar, deve ser constante e habitual, tais condutas devem estar introjetadas em nossas vidas. Tish Warren comenta que:

    “Para alguns de nós, a ideia de arrependimento pode trazer à mente uma certa experiência emocional ou músicas emotivas num apelo de cultos avivalistas. Mas o arrependimento e a fé são ritmos constantes e diários da vida cristã, como expirar e inspirar” (2021, p. 80).

    A vida cristã é uma prática, um estilo de vida que possui fundamentos e não uma caminhada de emoções e explosões emocionais. Nem sempre estaremos motivados e alegres, mas precisamos manter o ritmo constante na busca por Deus e o estudo da sua palavra.

    Mais do que emoção, precisamos ter fundamentos e perceber como uma boa teologia gera no cristão uma vida coerente e fundamentada. Costumamos colocar a teologia em outros patamares, como se ela fosse útil apenas em alguns casos especiais. Contudo, ela nos faz termos uma boa e centrada caminhada cristã.

    Gosto de alguns problemas filosóficos e teológicos, eles nos mostram como alguns assuntos são complexos, mas também úteis para a reflexão. Sendo que muitos destes problemas são aplicáveis à vida cristã, basta refletirmos um pouco. O problema do mal, segundo Agostinho de Hipona, por exemplo, é um bom exemplo disso.

    O mal para ele é fruto do livre-arbítrio humano, das escolhas que todos os seres humanos fazem partindo da sua vontade. Só neste ponto já podemos entender como os seres humanos possuem responsabilidades morais em suas ações. Mas Agostinho continua, ele diz que o mal não existe ontologicamente, ele é uma espécie de ferrugem no bem, que surge quando o ser humano se afasta de Deus. Perceba como não precisamos ser filósofos para entendermos como é fácil o ser humano se afastar de Deus. Principalmente quando ele segue a sua vontade, sem refletir e meditar. O mal tem o seu início quanto nos afastamos de Deus, o Sumo Bem.

    Conheço muitos que frequentam cultos todos os dias, mas estão bem distantes de Deus, justamente porque seguem ensinos ou costumes que não são oriundos da Bíblia. É fácil irmos à igreja todos os domingos e seguirmos a nossa semana afastados de Deus, nos esquecendo das questões práticas do cristianismo. E este afastamento é o princípio do mal.

    É no ordinário que erramos muitas vezes, é no dia a dia que colocamos de lado pontos essenciais da espiritualidade cristã. E a fé é um bom exemplo disso. Ter fé não é ter explosões emocionais, ao contrário, é uma prática diária fundamentada na palavra.

    É fácil nos separarmos de Deus, principalmente quando acreditamos que a nossa atitude está certa. No entanto, a nossa crença e ação precisam ser fruto da palavra de Deus, caso contrário, seguiremos nos distanciando cada vez mais da vontade do nosso soberano Pai.

    A vida cristã é simples, nós é que complicamos ao optar seguirmos as nossas debilitadas opiniões!

    BIBLIOGRAFIA

    WARREN, Tish H. Liturgia do ordinário. São Paulo: Pilgrim Serviços e Aplicações; Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2021.

  • A DÁDIVA DA DOR

    Nem todos sabem lidar com a dor, sendo que muitos entendem a dor como algo negativo, como se ela não tivesse uma importante função em nosso organismo. A dor é fundamental, sem ela, certamente teríamos muitos problemas, como muito bem pontuam Paul Brand e Philip Yancey, no livro A dádiva da dor.

    Esta obra se inicia com a história de uma menina que não sentia dor e, desde pequena, costumava morder os dedos. A criança não entendia a importância de ter cuidado com a sua saúde física e muito menos aceitava que era perigoso ficar se machucando. Por não sentir dor, ela não entendia o distúrbio e acreditava não haver problema algum em se cortar. Assim sendo, aos 11 anos, a criança perdeu todos os dedos das duas mãos pelo costume de mordê-los e precisou amputar as pernas, por se recusar a usar sapatos especiais e insistir em andar sempre descalça. A simples falta da dor trouxe inúmeros problemas àquela menina. Sua história é uma excelente metáfora humana sobre o perigo de vivermos uma vida sem dor.

    Outra história impactante do livro é a de uma mulher na Índia que costumava assar batatas em um braseiro e, quando uma delas caía no fogo, ela chamava um senhor com lepra que costumava resgatar as batatas. Ele já não tinha a mão e os dedos perfeitos e seguia apático aos avisos do médico. Existia também um paciente que havia quebrado a perna, mas pela indiferença à dor, ele conseguiu piorar ainda mais o problema ao correr pela clínica, precisando assim, amputar a perna depois de um tempo (YANCEY; BRAND, 2005, p.19-20). Paul Brand complementa falando destas duas cenas e o impacto que elas geraram em sua vida:

    “Essas duas cenas me perseguiram por muito tempo. Quando fecho os olhos, ainda posso ver as duas expressões faciais, a indiferença cansada do velho que tirou a batata do fogo, a alegria efervescente do jovem que correu pelo pátio. Eventualmente, um perdeu a mão, o outro a perna; eles tinham em comum uma despreocupação absoluta com a autodestruição” (YANCEY; BRAND, 2005, p. 20).

    A mentalidade que tem alguém que não sente dor, impacta uma pessoa que sente e, com isso, se cuida para não prejudicar a sua saúde. A autodestruição que a hanseníase causa começa na mente, visto que o paciente não percebe a gravidade do seu problema e, por isso, segue prejudicando a integridade do seu corpo.

    No decorrer do primeiro capítulo, Paul Brand, um médico especialista em hanseníase e no defeito genético conhecido como: “Indiferença congênita a dor”, expõe várias histórias de pessoas que prejudicaram a sua saúde e a integridade do seu corpo, pela simples falta de dor. A falta de dor gerava um descuido e, em contrapartida, problemas graves de saúde. A dor é um alerta que nos obriga a prestarmos atenção em um problema. Sem a dor, o ser humano segue se machucando, podendo perder partes do corpo e até a sua vida.

    Tendo vivido os seus primeiros anos de vida na Índia, em meio a uma população pobre e sofrida, Paul Brand teve contato com a dor desde cedo, percebendo assim a sua importância. É fácil o ser humano cultivar o medo da dor, principalmente quando ele não entende os problemas que muitos indivíduos têm por não conseguir senti-la. Mas quando você entende o seu fundamental papel, você passa a olhá-la com outros olhos. Paul Brand complementa:

    “A lepra apenas silenciava a dor, e os danos posteriores surgiam como um efeito colateral da insensibilidade. Em outras palavras, todos os danos subsequentes eram evitáveis” (2005, p. 188). 

    Por fim, o autor mostra no decorrer de todo o livro como a falta de dor é prejudicial e como muitos se machucavam, ficavam cegos e perdiam partes do corpo, tudo e porque não sentiam dor. A dor é uma dádiva, ela nos avisa e permite que consigamos tomar os devidos cuidados. Sem a sensibilidade que todos os seres humanos têm, um portador de hanseníase acaba se prejudicando por completo.

    Nem todos percebem o papel da dor, existem pessoas que até ficam indignados ao ver a dor ou pessoas sofrendo com alguns males, a grande questão é que, o mundo sem dor, seria autodestrutivo, se resumiria em uma sociedade sem sensibilidade e apática aos sinais que nos ajuda a termos cautela e cuidado. E isso ficou bem claro no livro, com as inúmeras histórias dos pacientes que não tinham qualquer preocupação com a sua saúde.

    A dor é um alarme que nos alerta e permite que tenhamos prudência e moderação, por isso que, entre não sentir nada e sentir, mesmo que seja dor, certamente é melhor sentirmos. A falta da dor deixa os seres humanos apáticos e autodestrutivos.

    Bibliografia

    YANCEY, Philip.; BRAND, Paul. A dádiva da dor: Por que sentimos dor e o que podemos fazer a respeito. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2005.

  • FILHOS DE DEUS I

    “Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa (Referência: Gálatas 3:26-29) (NVI).

    Pai é aquele indivíduo que cuida, que olha para os seus filhos com amor e protege, ensina e está sempre pronto para mostrar o caminho. Nem sempre o filho consegue perceber o quanto um pai se doa, apenas quando se torna pai que ele entenderá esta realidade.

    E de todos os pontos significativos do fato que somos cristãos, sermos chamados de filhos, por um Deus de graça, é algo que eu considero muito profundo. Fomos alcançados por sua graça, ele nos redimiu, mediante a sua bondade e ainda nos fez filhos, mediante a fé em Cristo (v. 26).

    Assim, o cristão não foi apenas salvo de uma vida de pecado, mas também foi feito filho e esta é a primeira importante ênfase desta passagem. Deus, o justo juiz, agora nos fez filhos por meio de Cristo. John Stott complementa esta importante passagem:

    “Deus já não é o juiz, que, por meio da lei, nos condenou e nos aprisionou. Deus já não é o tutor, que, por meio da lei, nos restringiu e nos castigou. Deus é nosso Pai, que, em Cristo, nos aceitou e nos perdoou (STOTT, 2018, p. 62-63).

    Enquanto a lei nos coloca como prisioneiros (v. 23) encarcerados em uma vida de obrigação e prestação de contas a um tutor. A graça divina nos faz filhos de Deus e este é o maior presente que podemos ganhar.

    Outra importante ênfase que o texto dá é que Deus nos coloca como iguais, nós somos um em Cristo, por isso que, segundo a sua palavra, não somos diferentes, somos iguais em Cristo. Sejam judeus ou não, homens ou mulheres, somos todos iguais, visto que Jesus nos faz um (v. 28). Por isso que, qualquer tipo de divisão, preconceito ou status que divide os cristãos é equivocado.

    O evangelho desconstruiu a separação que existia entre gentios e judeus (Efésios 2:11-18), sendo este o centro do argumento de Paulo nesta epístola. Entretanto, ele também discorre sobre os livres e os escravos, o homem e a mulher, o judeu e o grego (v. 28), mostrando como não existe importância nestas condições ou qualquer posição social diante de Deus (CARSON et al, 2009, p. 1827). John Stott complementa novamente nos ensinando que:

    “Em Cristo, pertencemos não só a Deus como filhos, mas uns aos outros, como irmãos e irmãs. E pertencemos uns aos outros de tal maneira que não nos importamos com as características que normalmente nos distinguem, como raça, posição social e gênero” (STOTT, 2018, p. 63-64).

    Perceba a riqueza do evangelho, que é nos colocar como iguais, independentemente de quem nós somos e como somos vistos pela sociedade. No reino de Deus, somos todos irmãos.

    Nosso soberano pai é um Deus de justiça, que não demora em cumprir a sua palavra, mas ele também é um senhor de graça, que perdoa e nos faz filhos. Ser perdoado e visto como filho de Deus é uma oportunidade única, que só Deus faz por nós.

    Bibliografia

    CARSON, D. A.; FRANCE, R. T.; MOTYER, J. A.; WENHAM, G. J. Comentário bíblico Vida Nova. 1. ed. São Paulo: Vida Nova, 2009.

    STOTT, John. Lendo Gálatas com John Stott. Viçosa: Ultimato, 2018.

  • DEPENDÊNCIA DE TELAS: DESLIGUE O CELULAR E FIQUE LIGADO

    Eu tinha um costume muito ruim quando era mais novo. Ao acordar, a primeira coisa que eu fazia era ligar o celular, e este hábito era quase que um ritual. Antes de qualquer atividade, a minha prioridade era verificar as notificações como se fosse um caso de vida ou morte.

    Com o tempo, pude perceber como esta prática estava me proporcionando inúmeros malefícios e, inclusive, estava minando a minha concentração. Eu também notei como as redes sociais consumiam uma boa parte do meu tempo, por conta disso, entendi que precisava buscar mudança.

    Entenda que eu gosto da internet e não tenho nada contra as redes sociais. Quando bem usadas, elas são ótimas ferramentas. O problema é quando as telas determinam o ritmo de todo o seu dia, sendo que esta reflexão serve também para a televisão ou qualquer coisa que escravize você.

    Tish Warren explica como, conscientemente ou não, o ser humano é moldado por rituais, sendo que estas práticas moldam quem nós somos. E não é só a igreja ou a Bíblia que nos incentivam a termos práticas que se tornam automáticas, como orar ou ler a palavra de Deus, mas a sociedade, a cultura e o meio no qual vivemos também incutem tais atividades (2021, p. 43-44).  E esta vida automática nos molda e muitas vezes determina como o nosso dia será, ou mesmo o nosso humor, ou o ritmo pessoal. Warren complementa, usando a sua experiência como exemplo, quando também tinha o costume de pegar o celular assim que acordava:

    “Nós temos hábitos cotidianos, práticas formativas, que constituem liturgias diárias. Ao buscar primeiro o meu celular a cada manhã, eu desenvolvi um ritual que me treinou para determinado fim: entretenimento e estímulos por meio da tecnologia” (2021, p. 46).

    Perceba a armadinha e o perigo de transformarmos algo em um rito que determina toda a nossa vida, a influência é sutil, nem sempre percebemos, mas ela existe. Por isso, aprendi a colocar limites nas redes sociais, descobri como é poderoso poder acordar e, antes de tudo, priorizar o meu momento com Deus, agradecer pelo maravilhoso dia e ler a sua palavra. Sem contar com o período que eu separo para refletir, estudar e escrever. Hábitos são comuns em nossa vida, por isso, precisamos agir com intencionalidade para construirmos bons momentos.

    Existe um velho ditado que é útil nesta reflexão, ele diz que: “tudo o que é demais atrapalha”. O excesso é realmente um perigo; por isso, é indispensável buscarmos o equilíbrio.

    Aprenda a preencher o seu dia com hábitos que vão agregar em sua vida, e não deixe de usar as redes sociais, apenas coloque limites. Entenda como é inútil gastar quase todo o seu tempo nisto. Separe um tempo para outras atividades mais construtivas e busque deixar o seu celular longe de você. E caso tenha crises de abstinência, isso só vai revelar o quanto o seu costume chegou em um nível grave. Se você persistir em seu período longe dele, você descobrirá o quão libertador é ficar longe deste equipamento.

    Em um período de recolocação profissional, acabei voltando a conferir sempre o celular devido às esperas por respostas de processos seletivos. Isso me obrigou a retomar todo o trabalho de me desligar do celular e perder este costume novamente. Perceba como tal equipamento é viciante e define muito a nossa vida. É como a autora pontua:

    “O cerne da nossa formação está na monotonia das nossas rotinas diárias” (WARREN, 2021, p. 46).

    Às vezes não nos damos conta de como as pequenas práticas nos influenciam, por isso, precisamos de forma consciente construir rotinas, liturgias que vão agregar muito mais em nossa vida. E hoje, o vício em telas é uma realidade que tem atrapalhado muitas pessoas. Ficar atento e frear estes rituais é uma ação necessária para que o nosso dia se inicie de modo construtivo.  

    Bibliografia

    WARREN, Tish H. Liturgia do ordinário. São Paulo: Pilgrim Serviços e Aplicações; Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2021.

  • O EVANGELHO DE DEUS E A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

    O que me impressiona no evangelho é perceber como ele muda a nossa mente e todas as nossas prioridades. Vivemos em um mundo de pecado, que valoriza muito mais as coisas materiais do que as eternas. Contudo, quando o evangelho entra em nossa vida, tais prioridades perdem o seu significado, é neste momento que começamos a nossa caminhada cristã.

    A minha crítica à teologia da prosperidade é que ela valoriza as coisas que são terrenas e que não duram, esta teologia faz as pessoas focarem no que não é essencial. Sendo que, a mensagem cristã aponta justamente para outro lado. Ela foca em Cristo e aponta para a morte que nos deu vida e a grande oportunidade de podermos estar em contato com este Deus de graça.

    A teologia da prosperidade valoriza bens e dinheiro, ela ensina que seguir a Deus é ter em sua vida, muitas posses e riquezas, é desfrutar das coisas boas deste mundo. Entretanto, não é este o cerne da mensagem cristã. O evangelho é salvação, é ser liberto de uma vida de pecado e seguir rumo à eternidade. Se você serve a Deus pelas coisas que ele pode te dar, você está seguindo tudo, menos o evangelho.

    Entenda que o pecado é responsável por todos os males do mundo. O homem pecador está suscetível a todos os tipos de barbáries por causa desta condição. É por isso que o inferno é a consequência daqueles que vivem uma vida de pecados, sendo que o inferno é a ausência de Deus, é estar distante do nosso soberano pai. Quer castigo maior do que este? Contudo, o evangelho nos libertou desta infeliz condição. Paulo, na Epístola aos Romanos, diz:

    “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:23-24) (NVI).

    A morte de Cristo nos deu uma nova vida e por isso, o resto perde o sentido. E esta é a mensagem cristã, o evangelho não vende bens e muito menos prosperidade material, ele prega a vida eterna. E quando somos libertos do pecado, não nos tornamos necessariamente prósperos e sim, filhos de Deus. Quer riqueza maior do que esta?

    O pecado nos leva a ter uma vida infeliz, é por conta dele que o mundo está um caos, e o inferno é a consequência desta vida de pecado, mas o evangelho veio para nos trazer uma ótima notícia, que é a salvação por meio do sacrifício de Cristo. Este é o resumo da mensagem cristã, quando entendemos, percebemos o quanto a teologia da prosperidade não tem sentido e o quanto a mensagem foge do evangelho de Deus.

    Quando você percebe que era cego pelo pecado e destinado a estar eternamente em um lugar totalmente distante de Deus, mas que você foi salvo pela misericórdia e graça deste soberano pai, o resto perde o sentido. Nada vale mais do que o sacrifício que nos libertou do pecado. Paul Washer complementa:

    “Viva por aquilo que é eterno, viva por aquele que morreu por você. Isso é o evangelho, e o evangelho deve controlar sua vida e ser a sua vida, e ser aquilo que você mais deseja” (2018, p. 18).

    Mais do que bens e riquezas que são passageiras e acabam com o tempo, o evangelho fala de coisas eternas, sendo que o nosso propósito central é seguirmos a Cristo, é vivermos centrados nos ensinos que Jesus, esta é a verdadeira vida cristã. E ser próspero financeiramente, não resume nem um pouco o que o verdadeiro evangelho nos ensina.

    Ou aprendemos a seguir o evangelho de Deus, ou seguiremos amarrados em ensinos humanos, que nos prendem às coisas passageiras, e este é um dos grandes problemas da teologia da prosperidade.

    Bibliografia

    WASHER, Paul. O evangelho de Deus & o evangelho do homem. São Paulo: Hagnos, 2018.

  • A VIRTUDE DO FORTE

    Não é raro vermos algumas caricaturas ganharem força e acabar ditando o significado de algumas coisas. A caricatura do cristão bonzinho, aquele que todos se aproveitam dele, é um bom exemplo. É significativo entender que uma pessoa boa não é necessariamente um indivíduo no qual todos fazem de palhaço. Basta ler sobre Cristo nos evangelhos, para perceber isto, alguém que era bom, mas também firme, uma pessoa difícil de ser enganada e nosso maior exemplo.

    A mansidão é um dos frutos do Espírito (Gálatas 5:22), sendo que estes frutos servem como prova da legítima conversão. Quem encontra Deus, muda de vida. E ser manso é ter autocontrole, é saber ponderar e saber agir na hora certa. O próprio Jesus Cristo afirmou que:

    “Tomem sobre vocês o meu jugo. Deixem que eu lhes ensine, pois sou manso e humilde de coração, e encontrarão descanso para a alma” (Mateus 11:29) (NVT).

    Neste texto, Cristo nos convida a aprendermos com ele, a sermos seus seguidores. Sendo que ele mesmo se coloca como alguém manso e humilde, e os seus discípulos também precisam ter estas qualidades. A mansidão é a qualidade exterior de um ato, e ser humilde de coração se trata de uma qualidade interior, que se encontra no cerne de toda a ação (RIENECKER, 2012, p. 199). Gosto de como Kivitz define mansidão:

    “Mansidão não é fraqueza. Mansidão é força, potência sob controle” (KIVITZ, 2020, p. 131).

    Quando eu era bem novo, gostava muito de assistir filmes de luta, principalmente aqueles em que o lutador tinha um bom autocontrole e não cedia às provocações do seu oponente. Eu admirava a atitude daqueles lutadores, justamente porque sempre acreditei que alguém forte tem autocontrole.

    A raiva nos tira do eixo e é capaz de nos fazer perder o controle em uma espécie de loucura momentânea, ela não nos deixa refletir e às vezes nos faz reagir por impulso. Quem não controla a sua raiva perde a cabeça facilmente. Já o indivíduo manso sabe muito bem se controlar e consegue, em meio as provocações da vida, tomar as melhores atitudes. Quem não tem autocontrole segue o vento das emoções.

    Em nossa sociedade, o forte muitas vezes é descrito como aquele que bate de frente com as pessoas, que provoca a todos e se impõe. A questão é que este tipo de pessoa não define a pessoa forte e sim, o arrogante, aquele que acredita que pode dominar a tudo e todos.

    O forte é alguém equilibrado, que sabe se controlar e resistir às intempéries da vida, tomando as melhores atitudes possíveis. O forte é quem confia em Deus e fundamenta nele toda a sua vida, que no mais, são apenas indivíduos arrogantes, que acreditam serem superiores a todos.

    Jesus Cristo era alguém manso e forte, um Deus que sabia agir de modo coerente em meio aos problemas que enfrentou aqui na terra. E ser um discípulo dele é ser manso, é saber agir de um modo sábio e coerente.

    Uma pessoa mansa não é alguém vulnerável, ao contrário, é um cristão que sabe proceder conforme o cenário no qual se encontra.

    Bibliografia

    KIVITZ, E. R. Santidade. São Paulo: Mundo Cristão, 2020.

    RIENECKER, Fritz. Evangelho de Mateus: Comentário Esperança. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2012.

  • POLÍTICA E MILITÂNCIA

    Eu me identifico muito com o modo como Chesterton fala de política, no livro O que há de errado com o mundo. O autor não se limita a tomar um partido, muito menos se ausenta de tecer críticas, apenas porque é do mesmo lado político no qual ele está analisando, como vemos hoje, ao contrário, ele pontua suas análises e coloca o dedo na ferida, quando precisa arrancar alguma infecção do sistema político que for.

    Não creio que devemos fechar os nossos olhos quando alguma coisa equivocada está acontecendo, ainda mais nós que somos cristãos. Creio que o nosso papel é fiscalizar, elogiar quem for preciso, mas também fazer nossas críticas, quando o fato assim exigir.

    É curioso perceber como alguns militantes políticos não criticam ou apontam os erros do seu candidato, quando este está no poder. É perceptível isso hoje, com a mudança política que passamos. As mesmas pessoas que criticavam o antigo governo se calam diante de exageros absurdos da atual gestão. Algumas de suas falas preconceituosas, grosseiras e equivocadas são ignoradas de uma forma muito irreal, como se não estivesse acontecendo nada de errado. Enquanto nada do antigo governo passava despercebido, o do atual é ignorado de modo surreal.

    O meu parecer sobre a dinâmica da discussão política atual é sobre a crença de que você precisa ter um lado, sendo que isso não é verdade, o meu lado é o da política coerente e justa, apenas isso. E o pior é quando fazemos críticas ao lado oposto, já nos acusam de opositores, como se não pudéssemos apontar os erros e equívocos da gestão atual. Sobre lados vencedores ou perdedores, gosto de uma frase de Chesterton que resume bem o problema:

    “Não há como lutar do lado vencedor, pois se luta exatamente para descobrir qual é o lado vencedor” (CHESTERTON, 2013, p. 31).

    No final, é tudo uma guerra, uma disputa para ver quem tem a teoria mais acertada ou quem é o vencedor, e este é o meu medo, visto que a política se aproveita desta nossa guerra para impor e manipular em nome dos seus ideais obscuros.

    Precisamos aprender a ser honestos e a não nos vendermos para político algum. Eles são funcionários públicos, que precisam ser fiscalizados, e fazer um trabalho digno é o mínimo que a função deles exige. A política hoje é vista como uma forma de conseguir status e dinheiro, mas a mentalidade não deveria ser esta. O político é um servidor da população, mas como as pessoas não fiscalizam, a política virou uma festa com o dinheiro público.

    Busque ter a mentalidade certa quanto à política, entenda o quanto é perigoso entrar em discussões polarizadas, justamente porque estas pessoas simplificam o assunto. Política é algo sério, sendo que a boa política aceita críticas e possui um ambiente onde a prestação de contas é algo usual.

    Precisamos fiscalizar e colocar na política pessoas que estão preocupadas com o país e não indivíduos que ligam apenas para os seus interesses. Ignorar os equívocos dos nossos candidatos é colaborar para que a corrupção ou os gastos excessivos estejam cada vez mais presentes.

    Ou aprendemos a nos posicionar, sem sermos militantes de político algum, ou seremos cada vez mais manipulados!

    BIBLIOGRAFIA

    CHESTERTON, G. K. O que há de errado com o mundo. Campinas: Ecclesiae, 2013.

  • DESAFIOS DA ESPIRITUALIDADE CRISTÃ II: AS DUAS ABORDAGENS

    Nossas escolhas e prioridades quase sempre nos definem, sendo que as nossas ações são mediadas justamente por nossas prioridades e pensamentos. É impossível desligar as nossas crenças, das ações, por isso que, precisamos ser cristãos conscientes e centrados em nossa maneira de ser, com fundamentos sólidos na palavra. Seguir a Deus é uma prática, resumida em obediência e equilíbrio, já que, tudo passa pela mente, em como acreditamos. A Bíblia dá um bom exemplo disso, quando ela fala de Marta e Maria (Lucas 10:38-42).

    No texto bíblico lemos que Jesus ao chegar em um povoado, foi recebido por Marta e Maria. Sendo que Maria optou em ficar sentada aos pés de Cristo para ouvir e aprender com ele (Lucas 10:39). E Marta já preferiu se concentrar no serviço, ela estava bem inquieta para servir da melhor forma possível e não gostou do posicionamento de Marta, terminando por exigir que Cristo pedisse para ela ajudá-la (Lucas 10: 40).

    Perceba que o texto bíblico fala de duas abordagens, duas formas de viver a vida cristã. A primeira é a abordagem da Marta, que servia de forma ativa, mas estava ausente de Cristo, distante de sua presença. O propósito dela era fazer as coisas, trabalhar em prol do reino, apenas isso. Peter Scazzero explica um pouco a abordagem de Marta:

    “O problema de Marta vai além de sua ocupação. Sua vida está fora de centro e dividida. Desconfio que, se Marta tivesse de sentar-se aos pés de Jesus, ainda estaria distraída com tudo em sua mente. Sua pessoa interior é sensível, irritável e ansiosa. Um dos sinais mais óbvios de sua vida estar com defeito é que ela chega a dizer a Deus o que fazer! (2013, p. 63).

    Imagine que você tem a oportunidade de receber o próprio Cristo em pessoa, igual Marta e Maria, qual seria a sua atitude diante desta possibilidade? Este exercício serve também para avaliarmos a nossa vida espiritual. Qual é a sua prioridade, o trabalho e o ativismo, ou a sua comunhão com Deus?

    A segunda abordagem é a de Maria, alguém que quando foi visitada por Jesus, optou em ouvi-lo e desfrutar da sua presença. Não tem outra forma de ouvirmos Deus, é só parando e escolhendo ficar aos seus pés. Alguém que não para de maneira alguma, nunca vai conseguir ouvir. É preciso ter atitude e um comportamento para assim conseguirmos ouvir Deus e as pessoas.

    Conheço cristãos que passam a semana inteira na igreja, são pessoas que trabalham de forma ativa na igreja, mas se esquecem da sua vida espiritual. Veja bem, é fundamental trabalharmos na obra de Deus, contudo, temos uma prioridade que é nossa espiritualidade. Tudo começa com o seu secreto, com uma vida de oração e leitura da palavra, estes são os primeiros passos de um cristão. O ativismo nos distancia de Deus e cultivar um período de ócio, reflexão na palavra e oração, nos faz termos intimidade com ele.

    Precisamos ficar atentos, visto que, um mundo que valoriza muito mais o fazer, as atividades e o trabalho, nos leva a ignorar o nosso secreto com Deus. Isso que eu nem falei da importância de ter um tempo de qualidade com a família, que também é fundamental. Scazzero novamente complementa:

    “Quando eu tenho suficiente “tempo de desaceleração” sozinho, descubro que minha atividade é marcada por uma profunda e carinhosa comunhão com Deus. Então a vida de Cristo, na maioria das vezes, flui de mim para outras pessoas” (2013, p. 66).

    A espiritualidade saudável é marcada tanto pelo serviço, quanto pelo secreto com Deus. Não é possível sermos relevantes se não paramos para falar com Deus e ouvi-lo através da sua palavra. Sendo que tal prática flui para outros, como a citação pontua. Como vamos oferecer algo se nós estamos vazios?

    O desafio do equilíbrio na espiritualidade cristã é sempre grande. Servir a igreja, mas também prestar atenção em Deus e a sua palavra, é igualmente fundamental. O ativismo é um veneno, uma igreja saudável consegue mesclar o trabalho com o tempo de descanso e contemplação. Como vamos ouvir se não paramos para prestar atenção em Deus? Em contrapartida, viver uma vida estática, sem servir é de igual forma perigosa, por isso que o equilíbrio na vida cristã é um elemento definidor. Fritz Rienecker resume de modo assertivo as abordagens de Marta e Maria, mostrando como as duas práticas são fundamentais:

    “O zelo de Marta e o sossego devoto de Maria podem, quando unificados, favorecer o bem e a harmonia da igreja fiel” (2005, p. 246).

    Precisamos trabalhar, porém, também nos aquietar. A vida cristã é uma vida de serviço sem ativismo, com quietude, mas sem estagnação. Por isso, busque sempre ter zelo pela obra, servindo de coração, no entanto, aprenda também que existe a hora de parar e ouvir Deus.

    BIBLIOGRAFIA

    RIENECKER, Fritz. Evangelho de Lucas: Comentário Esperança. Curitiba, Editora Evangélica esperança, 2005.

    SCAZZERO, Peter. Espiritualidade Emocionalmente Saudável: Desencadeie uma revolução em sua vida com Cristo. São Paulo: Hagnos, 2013.

  • MARCAS DE UM LEGÍTIMO CRISTÃO

    “Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!” (Mateus 6: 23) (NVI).

    Não existe nada mais perigoso do que algo falso que tem cara de legítimo e verdadeiro, visto que, ele pode até ter sido feito com um intuito honesto, mas não é autêntico e acaba enganando as pessoas.

    Uma igreja, por exemplo, tem a capacidade de provocar justamente isso. Ela foi construída com um propósito legítimo, o pastor prega usando um livro sagrado, mas dependendo da sua teologia e do quanto ele estuda realmente a Bíblia, esta comunidade cristã acaba sendo uma porta para trevas e não para a luz. Por isso que vemos muitas delas mergulhadas em erros, imposição e problemas. Carson pontua que:

    “A pessoa cujas trevas são mais densas é aquela que acredita que essas trevas são luz […]” (2019, p. 89).

    É por conta disso que eu insisto tanto em estudarmos sempre a Bíblia. É apenas quando conhecemos este livro sagrado que conseguimos identificar as igrejas que estão bem distantes da palavra de Deus e também entendemos qual deve ser o nosso posicionamento como cristãos. Uma boa igreja tem uma boa teologia e também um pastor centrado. Sendo que, estas são as primeiras marcas de um legítimo cristão, equilíbrio e uma teologia fundamentada na palavra de Deus.

    A segunda marca é a humildade. É contraditório alguém ser cristão e, ao mesmo tempo, arrogante. Principalmente porque seguimos um Deus que também serviu e mandou que nós o imitássemos. E não é só isso.

    Quem foi realmente alcançado pela graça, é grato a Deus por isso e como consequência, não é arrogante. A gratidão a Deus e a consciência de quem somos e do quanto não merecemos a sua graça, traz humildade para a nossa vida.

    A terceira marca é o autoconhecimento, é entender bem quem nós somos, quais são as nossas falhas, dificuldades e também quais são as nossas qualidades para que desta forma, possamos avaliar as nossas atitudes e entendermos que tipo de cristãos estamos sendo. Carson explica que:

    “Nós seres humanos, demonstramos uma enorme capacidade de autoengano. Por exemplo, adulteramos a justiça, tornando-a justiça própria — uma arrogância de superioridade moral — e transformamos a perfeição em nossa reputação perfeita. Mas realizamos essa adulteração com tanta habilidade que, na melhor das hipóteses, temos apenas vaga consciência da monstruosidade que forjamos” (2019, p. 109).

    Acreditar que estamos sendo luz, sem perceber que estamos mergulhados nas trevas, é um grande perigo. Não entender a dimensão das nossas atitudes é uma das características dos seres humanos, que nem sempre têm consciência do seu autoengano. Na verdade, uma pessoa assim certamente é um indivíduo alheio às suas contradições, que segue, infelizmente, sem perceber seus erros. Por isso, que o autoconhecimento é necessário.

    Ricardo Barbosa em seu livro Identidade perdida, usando um conceito de Agostinho de Hipona, nos ensina um princípio muito importante, que é ter Cristo como modelo. É inevitável conhecermos primeiro a Jesus Cristo, o Deus que foi o ser humano perfeito, para assim, conseguirmos julgar de uma forma coerente a nossa humanidade. Ele é a base, o ponto de partida e o ser humano perfeito que precisamos ter como padrão (2012, p. 81). Barbosa complementa:

    “O duplo conhecimento” de Deus e de nós é uma dádiva da graça de Deus” (2012, p. 82).

    Conhecer a Deus e entender quem somos é uma ação totalmente interligada e muito necessária. É inevitável conhecermos a Deus, para assim, conseguirmos nos conhecer. Uma ação dependa da outra (2012, p. 81-82). E este é o caminho para conseguirmos ser cristãos equilibrados, ter Jesus Cristo como modelo, e buscar também cultivar o autoconhecimento.   

    A vida cristã nos traz desafios, não é fácil seguir tanto na contramão do mundo, quanto lidar com os nossos erros e autoenganos, mas precisamos persistir, alicerçados da palavra de Deus e tendo Cristo como exemplo.

    Bibliografia

    BARBOSA, Ricardo. Identidade perdida. Curitiba: Encontro Publicações, 2012.

    CARSON, D. A. O sermão do monte. São Paulo: Vida Nova, 2019.

  • ESTE TEXTO NÃO É SENSACIONALISTA

    Um costume bem comum, praticado por aqueles que produzem conteúdo na internet, é criar títulos chamativos para vídeos, notícias ou textos. Isso chama a atenção das pessoas, principalmente quando ele é sensacionalista.

    Ser notado é uma das leis da internet, ter engajamento é o objetivo de quase todas as pessoas. Números são muito mais importantes do que a própria qualidade ou mesmo o retorno que a prática de produzir conteúdo traz. Já que desenvolvemos as nossas habilidades produzindo textos ou vídeos, e isso já é muito válido.

    Desde o começo deste site, não foquei em momento algum em números. Eu queria produzir e escrever conteúdos teológicos, apenas isso. Fico feliz pelos retornos, mas sigo apenas produzindo e buscando oferecer materiais de qualidade aos cristãos.

    O retorno que eu já tive escrevendo é muito grande, eu sou outro escritor, depois de quase dez anos de escrita neste site, no mais, o que importa é o conteúdo. No afã de produzir apenas para criar engajamento, muitos se esquecem da qualidade do que estão criando e assim, terminam por oferecer assuntos sem fundamentos.

    Este texto não é sensacionalista, justamente porque fala da realidade, da minha vivência como escritor, de alguém que só queria escrever e produzir bons textos. Não ignoro o fato que ter um retorno é algo legal, sendo que isso nos motiva a continuar, a questão é que o retorno não deve ser o objetivo final. Como mencionei, o aprendizado que adquiri compondo tais textos, já são retornos mais do que suficientes. A busca incessante por likes e números, faz muitos se esquecerem do processo e de todo o crescimento que a prática da escrita e do estudo nos trazem.

    Perceba que o site segue meio que na contramão de forma proposital, não aderi a algumas técnicas que comumente são usadas em sites e blogs, como, por exemplo: imagens no começo do texto para chamar a atenção das pessoas ou títulos sensacionalistas. Decidi fazer algo sem excessos e sóbrio, busquei usar a minha criatividade, mas sem me adequar aos padrões dos sites conhecidos. Paguei e pago um preço alto por isso, mas fico feliz com o caminho sóbrio que estou trilhando.

    Como o foco não era números, segui sem peso na consciência, construindo um formato que melhor me agradava. O propósito era ser um referencial de bons materiais, onde o leitor poderia acessar temas dos mais diversos, estudos e textos de opinião que agregassem em suas vidas. O que eu colho com esta atitude é um caminho mais leve, não tenho aquela pressão de gerar likes, sendo assim, posso focar na qualidade do que escrevo.

    Há uma beleza em poder parar e escrever, existem algumas habilidades que construímos com as nossas pesquisas e estudos, e isso é impagável. Ver um texto ganhando vida e perceber o quanto crescemos desenvolvendo nossas habilidades, é algo não só maravilhoso, mas que levamos para a vida.

    O modo como você se propõe a fazer algo, faz toda a diferença, deixa o caminho mais leve e você não fica refém de coisas que não agregam. No mais, Soli Deo Gloria!